O mundo corporativo carrega a máxima de que os profissionais são contratados, geralmente, por seus conhecimentos técnicos, mas demitidos por problemas comportamentais. Muitas vezes, a falta de sensibilidade de se relacionar com os outros e não saber lidar com situações de desconforto prejudicam a imagem e o desempenho do indivíduo. Neste contexto, o desenvolvimento da inteligência emocional no trabalho pode ser um grande aliado.
A inteligência emocional é a capacidade de administrar as emoções
para alcançar objetivos. A partir desta definição, é possível entender
porque as pessoas devem saber lidar com seus medos, inseguranças e
insatisfações em prol do êxito nas atividades. Esta competência, que
cada vez mais tem o papel de diferenciar os profissionais, permite
desenvolver um ambiente harmonioso e, ao mesmo tempo, ser produtivo em
ideias e resultados.
O ser humano, por sua natureza, tem predisposição a realizar ações em
cima de suas emoções e a IE está ligada a ser uma pessoa prudente,
intuitiva e racional. Ela faz parte de um equilíbrio e diante de ações,
permite ser sensato e buscar a melhor solução. As prerrogativas de ter a
inteligência emocional bem equilibrada é a sabedoria nas tomadas de
decisão, ter a tranquilidade e discernimento para buscar as melhores
estratégias.
Saber agir emocionalmente com inteligência pode trazer diversas
vantagens no dia a dia e na carreira. Rápidas promoções, trazer
resultados efetivos para a equipe e para a empresa, ampliação da rede de
relacionamentos e aprendizado com maior facilidade são alguns dos
benefícios quando o profissional desenvolve esta competência. “Quando o
profissional se encontra balanceado, consegue ver as ‘coisas de cima’ e
se torna visionário porque sabe negociar, desenvolve aguçada intuição e
escuta mais seus líderes e pares”, explica Priscila Soares, gerente de Recursos Humanos da Trevisan Outsourcing.
De acordo com Priscila, caso esta competência não seja bem trabalhada, o
profissional acaba não aplicando a melhor solução, pois as emoções têm o
poder de influenciar raciocínios. “Isso acarreta a perda de pessoas nas
corporações e grandes prejuízos financeiros”, comenta.
Carreira
A experiência na profissão tem pouca relação com o domínio da
competência. O tempo e maturidade ajudam a desenvolver certas
habilidades com maior precisão, mas não significa que alguém com mais
idade tenha a inteligência emocional mais desenvolvida do que um jovem
profissional, pois isto depende também de fatores sociais. “A chamada
Geração Y é tida como a mais ativa dentre o meio empresarial e possui um
poder de iniciativa muito alto. Entretanto, a inteligência emocional
deve ser desenvolvida entre todas as camadas de idade das organizações”,
aponta Carlos Cruz, Coach e Diretor da UP Treinamentos & Consultoria.
Para ele, as empresas valorizam profissionais que geram resultados e,
para atingir metas, as pessoas são fundamentais. “As que possuem um
maior equilíbrio emocional em prol de objetivos e maior produção ganham destaque no mercado”, indica.
O Recursos Humanos é o facilitador de todos os departamentos de uma
organização e compete ao RH, na hora de uma avaliação ou feedback,
instigar os profissionais a tomar decisões inteligentes e ações
inovadoras. Hoje, em um mundo corporativo extremamente imediatista, a
capacidade de influenciar positivamente outros profissionais é muito
valorizado e, a partir de treinamentos, os RHs têm esse compromisso.
Áreas e situações
Por se tratar de uma competência comportamental, todos os campos de
atuação requerem a inteligência emocional, mas existem ofícios e
atividades da rotina que a expõem de uma forma mais latente. Pessoas com
cargos de liderança, por exemplo, necessitam de muitas técnicas para
agir de maneira harmoniosa no dia a dia. Assim como profissionais com
muita tecnicidade, pois são muito detalhistas em suas atividades.
Geralmente, os que lidam e dependem de pessoas, como, por exemplo, os da
área comercial, devem usar muito a inteligência emocional, pois a
partir disto conseguem conquistar clientes.
“Um bombeiro ou um policial precisam de um grande desenvolvimento na
inteligência emocional, pois lidam com situações extremas. Nas
corporações, cargos de liderança, principalmente, necessitam desta
competência desenvolta, pois depende do próprio resultado para
sobreviver no mercado, mas também precisa passar motivação para a equipe”, observa Carlos Cruz.
Quando o profissional é colocado a prova, acaba se expondo e tendo
que lidar com situações desafiadoras. Obviamente, em situações e
ambientes mais cômodos, a tendência de não ter que utilizar a
competência com mais afinco é maior.
0 comentários:
Postar um comentário